Confira alguns segredos para enfrentar as questões de geografia do Enem

Para resolver com eficácia as questões da prova de ciências humanas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), é preciso aproveitar ao máximo os estudos de geografia. A principal dica para tirar esse proveito é se manter atualizado e aprender a relacionar as disciplinas na hora dos estudos.

O professor de geografia do Colégio e Curso Intellectus (RJ), Gonzalo Lopes, lembra que na prova de ciências humanas, por exemplo, é muito comum que as abordagens de geografia tenham cada vez mais uma carga sociológica, filosófica e histórica.

— O estudante não pode perder o foco multidisciplinar. Quando for estudar meio ambiente, procure saber de que forma a sociologia trabalha o meio ambiente, de que maneira a filosofia trabalha o meio ambiente e, depois disso, siga para as questões mais conteudistas e tradicionais que estão relacionadas com a abordagem da geografia, com os conceitos clássicos — alerta.

Segundo o professor Gonzalo, os temas mais prováveis são aqueles que permitem uma conexão maior, como: globalização; agricultura; energia e meio ambiente; transportes e população.

Aspectos econômicos que afetam vários setores do país também devem ser levados em consideração. Enilson Venâncio, professor de geografia da escola Garriga de Menezes (RJ), afirma que os estudantes devem estar por dentro das informações econômicas do Brasil. Além disso, enfatiza que a preocupação com a segurança pública e o questionamento da população sobre as condições de vida, reflexos dos megaeventos, não podem ficar de fora da análise dos candidatos.

— Deve-se observar a inflação, com o aumento do preço dos produtos no mercado interno e a desigualdade social evidenciada na Copa do Mundo, quando a população mais pobre se viu excluída dos jogos devido aos valores dos ingressos — orienta Venâncio.

A dinâmica e as funções estruturais das instituições são outros temas levantados. Para o professor de geografia do Sistema Elite de Ensino (RJ), Marcos Chaves, os candidatos devem compreender bem a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos diferentes grupos, conflitos e movimentos sociais.

— Também merecem atenção o problema da mobilidade urbana, com destaque para a dificuldade do movimento pendular e perguntas interdisciplinares relacionadas ao projeto de reforma política reivindicado nos protestos do ano passado — reforça.

Gostar de estudar

É preciso fazer com que o aluno associe o que está aprendendo com seu dia a dia. Essa é a “tese” reforçada pelo professor de geografia Osni Soares Pinto, do Colégio Pedro II – Campus Engenho Novo (RJ). De acordo com Osni, quando os alunos descobrem que através da geografia podem fazer uma leitura do mundo, compreendendo as suas dinâmicas, fica tudo mais interessante.

— É importante estimulá-los ao raciocínio e não apenas a “decoreba”. Para isso é essencial associar, quando possível, a abordagem ao seu espaço físico e estabelecer relações com outros temas, como a questão ambiental e a economia. O conhecimento do processo global é cada vez mais transdisciplinar. Esse é também o caminho para o sucesso no Enem — comenta.

A prova de ciências humanas e suas tecnologias será aplicada no dia 8 de novembro. Contém 45 questões relacionadas às disciplinas de geografia; história; sociologia e filosofia.

Fonte: Extra